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03 dezembro 2009

Gerenciamento do Lixo II - Plástico


Plásticos são definidos como materiais formados pela união de grandes cadeias moleculares - os polímeros - que são formadas por moléculas ainda menores - os monômeros – e a sua produção ocorre através de um processo químico chamado polimerização, que proporciona a união química de monômeros para formar polímeros.

A matéria-prima dos plásticos é o petróleo, pois este é formado por uma complexa mistura de compostos. Estes compostos apresentam diferentes temperaturas de ebulição, deste modo, é possível separá-los através de um processo conhecido como destilação ou craqueamento.


A fração nafta – composto oriundo do petróleo e elemento formador do plástico - é processada nas centrais petroquímicas por uma série de processos químicos originando os momômeros.

O tamanho e estrutura da molécula do polímero determinam as propriedades do material plástico e pode ser classificado da seguinte forma:

1. Polietileno tereftalato — PET

  • Produtos: frascos e garrafas para uso alimentício/hospitalar, cosméticos, bandejas para microondas, filmes para áudio e vídeo, fibras têxteis, etc.
  • Benefícios: transparente, inquebrável, impermeável, leve.

2.Polietileno de alta densidade — PEAD

  • Produtos: embalagens para detergentes e óleos automotivos, sacolas de supermercados, garrafeiras, tampas, tambores para tintas, potes, utilidades domésticas, etc.
  • Benefícios: inquebrável, resistente a baixas temperaturas, leve, impermeável, rígido e com resistência química.

3.Policloreto de vinila — PVC

  • Produtos: embalagens para água mineral, óleos comestíveis, maioneses, sucos. Perfis para janelas, tubulações de água e esgotos, mangueiras, embalagens para remédios, brinquedos, bolsas de sangue, material hospitalar, etc.
  • Benefícios: rígido, transparente, impermeável, resistente à temperatura e inquebrável.

4.Polietileno de baixa densidade — PEBD

5.Polietileno linear de baixa densidade — PELBD

  • Produtos: sacolas para supermercados e lojas, filmes para embalar leite e outros alimentos, sacaria industrial, filmes para fraldas descartáveis, bolsa para soro medicinal, sacos de lixo, etc.
  • Benefícios: flexível, leve transparente e impermeável.

6.Polipropileno — PP

  • Produtos: filmes para embalagens e alimentos, embalagens industriais, cordas, tubos para água quente, fios e cabos, frascos, caixas de bebidas, autopeças, fibras para tapetes e utilidades domésticas, potes, fraldas e seringas descartáveis, etc.
  • Benefícios: conserva o aroma, é inquebrável, transparente, brilhante, rígido e resistente a mudanças de temperatura.

7.Poliestireno — PS

  • Produtos: potes para iogurtes, sorvetes, doces, frascos, bandejas de supermercados, geladeiras (parte interna da porta), pratos, tampas, aparelhos de barbear descartáveis, brinquedos, etc.
  • Benefícios: impermeável, inquebrável, rígido, transparente, leve e brilhante.

8.Outros - neste grupo encontram-se, entre outros, os seguintes plásticos: ABS/SAN, EVA e PA.

  • Produtos: solados, autopeças, chinelos, pneus, acessórios esportivos e náuticos, plásticos especiais e de engenharia, CDs, eletrodomésticos, corpos de computadores, etc.
  • Benefícios: flexibilidade, leveza, resistência à abrasão, possibilidade de design diferenciado.

A pesquisa mostra que a indústria da reciclagem de plásticos no Brasil é formada por cerca de 490 empresas recicladoras, 80% delas concentradas na região Sudeste. Juntas, elas faturam cerca de R$ 1,22 bilhão e geram 11.500 empregos diretos. Têm capacidade instalada para reciclar 1,05 milhão de toneladas por ano, consomem 777 mil toneladas e produzem 703 mil toneladas de plásticos reciclados. A campeã na reciclagem de plásticos pós-consumo é a região Sudeste com 58%, seguida pelas regiões Sul (24,9%) e Nordeste (14,5%).

É a primeira vez que se compara a reciclagem de plásticos no Brasil (16,5%) com a dos países desenvolvidos e os resultados são surpreendentes. Isso porque o índice brasileiro está muito acima de nações como Grécia (1,95%), Portugal (2,9%), Irlanda (7,8%), Inglaterra (8%), Suécia (8,3%), França (9,2%) e Dinamarca (10,3%) segundo informa a Plastivida, Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos.

Transformar o plástico em outro material é objeto de estudo - fluxograma abaixo explica o processo de reciclagem - e alguns mostram resultados favorável como a aplicação substitutiva para papel e a madeira plástica que é um produto que apresenta propriedades semelhantes às da madeira natural.

A “Madeira” é fabricada com conteúdo de plástico (de preferência reciclado) de pelo menos 50% em massa e possui dimensões típicas dos produtos de madeira natural industrializada. Isso quer dizer que ela pode ser utilizada para fazer tábuas, perfis, ripas e praticamente qualquer forma que se encontre por aí em madeira natural.

No Brasil, em função da crescente consciência da necessidade de reciclagem, o Programa de Coleta Seletiva vem sendo implantado por um número cada vez maior de municípios, visando a "separação prévia de materiais passíveis de reaproveitamento". Atualmente existem, segundo dados do IBGE 2000, aproximadamente 451 municípios com coleta seletiva no Brasil, distribuiídos por região conforme a figura abaixo:


Assista os vídeos educativos abaixo:





Referências para este artigo:
1. Plastivida website: http://www.plastivida.org.br
2. Leda Couto, Bruno F. Gasparino e Guilherme de C Queiroz;
Reciclagem de Materiais Plásticos: A Importância da Identificação Correta. Artigo cientifico encontrado em: http://www.scielo.br
3. Flávio J. Forlin, José de Assis F. Farias; Considerações sobre Reciclagem de Embalagens Plásticas. Artigo científico encontrado em: http://www.scielo.br
4.CEMPRE website: http://www.cempre.org.br/fichas_tecnicas.php?lnk=ft_microcenarios.php
5.Salles, Ana Cláudia Nioac; artigo "O Lixo Plástico no Lugar da Madeira" o website O ECO: http://www.oeco.com.br/ana-claudia-nioac/52-ana-claudia-nioac/19114-oecod228748

04 novembro 2009

HÁ LIXO NOS OCEANOS


A existência de uma mancha de lixo no oceano pacífico foi predita em 1988 numa publicação da agencia nacional oceânica e administração atmosférica dos Estados Unidos – The National Oceanic and Atmospheric Administration of The United States (NOAA) e, ainda, a agência especificou a Região Norte do Giro do Pacífico como localização deste acúmulo.

A informação foi baseada nos resultados obtidos por pesquisadores do Alaska entre os anos de 1985 e 1988 que encontraram altas concentrações de detritos marinhos acumulados em regiões costeiras trazidos por correntes marítimas.

O redemoinho ou giro ou a ilha do pacífico foi descoberto em 1997 por Charles Moore – oceanógrafo - que ignorando os alertas de não passar pela região, onde faltam ventos e correntes, acabou descobrindo o acumulado de lixo.

Durante sua viagem, o oceanógrafo encontrou pedaços de garrafas, sacos plásticos, seringas e uma variedade enorme de outros objetos de plástico em vários estados de conservação, já que, devido à ação do sol e dos ventos, o material se desintegra em fragmentos pequenos que flutuam durante anos, obedecendo às correntes marítimas.

Atualmente, pesquisadores, estimam que haja aproximadamente 6 milhões de toneladas de lixo plástico e em julho/09 uma expedição de cientistas e ambientalistas saiu para estudar o local conhecido como “A Ilha de lixo do Norte do Pacifico” e encontrar soluções para o problema.

World Biggest Garbage Dump - Plastic in the Ocean



Na Ilha Kiwayu, que faz parte O ciclo de “vida” desses chinelos seria de certa forma, resumidamente, assim: a Fabrica de Chinelos produz e lança este tipo de calçado no Mercado Consumidor ; ocorre a compra do chinelo pelo Consumidor que quando perde utilidade vai para o Lixo ou é inapropriadamente jogados fora; chuvas ou outro tipo de meio os acaba levando para o mar e, de algum modo, vai parar numa praia e a população local teve de encontrar uma solução para todo esse volume de borracha entregue pelo oceano.


O filme "Aviagem do chinelo" mostra como um item, totalmente integrado a cultura de um local, torna-se um problema para outra localidade e a solução encontrada por esse povo.


The Flip Flopsam Trip


“Já foi encontrada tartarugas marinhas com úlceras gástricas devido a ingestão de plástico e aqui na Bacia de Campos o principal vilão são os ear plugs (protetores auriculares).”

As tartarugas alimentam-se essencialmente de água-vivas e outros organismos gelatinosos, confundindo o lixo plástico com os mesmos. Basta um pequeno detrito plástico ingerido para obstruir o estômago do animal e condená-lo a uma morte lenta e dolorosa.

O Projeto Lixo Marinho surgiu com a idéia de estabelecer um Programa Brasileiro de Monitoramento do Lixo Marinho e tem como principal objetivo aumentar o conhecimento sobre o lixo marinho no Oceano Atlântico Sul Ocidental e, mais especificamente, nas zonas costeiras e marinhas brasileiras, por meio do estabelecimento de um canal aberto para troca de informações sobre a problemática do lixo marinho.

A informação de tartarugas com gastrite foi nos dada por um biólogo durante um treinamento de educação ambiental numa unidade de perfuração na Bacia de Campos e esta apresentou resultado imediato, pois um funcionário aplicou a Regra do Três Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) e REUTILIZOU garrafas pet da unidade para serem reutilizadas como dispositivo de coleta dos protetores auriculares usados e, também, para as suas embalagens.

Certificação ISO 14001:2004, Plano de Gerenciamento de Resíduos e a obrigatoriedade da Legislação Ambiental Brasileira norteiam o ambiente offshore brasileiro na busca de gestão de negócios sustentáveis à industria do petróleo no Brasil que por enquanto ocorre muito mais pelas multas altíssimas do que consciência ambiental e desenvolvimento sustentável.

Fontes de Consultadas:
1.Artigo "The Great Pacific Patch" do site Wikipédia: http://en.wikipedia.org/wiki/Great_Pacific_Garbage_Patch
2.Artigo "Expedição parte em busca de ilha de lixo maior que o Texas no pacífico", de Laura Plitt para o portal de notícias BBC Brasil: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/07/090730_ilhalixoexpedicaofn.shtml
3.Artigo "Lixo gera renda no Quênia", de Cristiane de Cássia para o Jornal O Globo, caderno Razão Social, pág.09, em 03 Nov 2009.
4.Vídeos "World Biggest Garbage Dump - Plastic in the Ocean" e "The Flip Flopsam Trip" ambos encontrados em: http://www.youtube.com e http://www.wwf.org
5."O Projeto Lixo Marinho": http://www.lixomarinho.org

26 outubro 2009

Lixo produzido e seu gerenciamento I

O Brasil produz, atualmente, cerca de 228,4 mil toneladas de lixo por dia, segundo pesquisa de saneamento básico consolidada pelo IBGE, em 2000. O chamado lixo domiciliar equivale a pouco mais da metade desse volume, ou 125 mil toneladas diárias.

Do total de resíduos descartados em residências e indústrias, apenas 4.300 toneladas, ou aproximadamente 2% do total, são destinadas à coleta seletiva. Quase 50 mil toneladas de resíduos são despejados todos os dias em lixões a céu aberto, o que representa um risco à saúde e ao ambiente.

Na Bacia de Campos são consumidas 512 toneladas de alimentos fazendo 39 toneladas de resíduo e volume é produzido por aproximadamente 40 mil trabalhadores. As instalações offshore, normalmente, têm central de tratamento de esgoto e certificações NBR ISO 14001:2004 para o programa de gerenciamento de resíduos.

Mudar esse cenário envolve a redução de padrões sociais de consumo, a reutilização dos materiais e a reciclagem, conforme a "Regra dos Três Erres" - Reduzir, Reutilizar e Reciclar - preconizada pelos ambientalistas.

Tempo de decomposição dos resíduos



No Rio de Janeiro o maior aterro sanitário de Jardim Gramacho está com os dias contados.

O aterro metropolitando de Jardim Gramacho (AMJG) fica situado no Município de Duque de Caxias, RJ, no bairro de mesmo nome - Jardim Gramacho - , 1º Distrito (Duque de Caxias). Situado ás margens da Baia de Guanabara e ocupa atualmente uma área de aproximadamente 1,3 milhões de m². Foi instalado a partir de convênio firmado em 1976 entre a FUNDREM, a COMLURB e a Prefeitura Municipal de Nilópolis, e com termos aditivos ao convênio foram incluídos os municípios de Nova Iguaçu e São João de Meriti.

Estudos técnicos realizados pela Companhia de Limpeza Urbana do Rio de janeiro – COMLURB mostram que o aterro está condenado. Cerca de 80% do lixo produzido na região metropolitana do Rio de Janeiro, perto de 8.000 toneladas/dia, já ameaçam sua integridade e apontam para riscos de um grave desastre socioambiental.

O aterro está no limite de sua capacidade e já apresenta sinais que, uma parte do lixo acumulado ali nos últimos 30 anos, pode verter para dentro da Baia de Guanabara. A melhor imagem que se pode usar para descrever o que pode acontecer com o aterro é a de uma grande montanha de lixo sobre uma base gelatinosa – já que o solo é argiloso no local que outrora era mangue - que a qualquer momento pode desandar para dentro da Baia de Guanabara.

Um vídeo produzido por Andrew Lenz com imagens produzidas pelos próprios catadores mostra a realidade de quem vive do lixo e no lixo. “Gramacho Gardens” , com o titulo em inglês, foi filmado como projeto de Escolas Sem Fronteiras.

O filme encerra com a frase de um dos catadores, traduzida abaixo:

“Tenho orgulho no fato de sobreviver do que o resto da sociedade joga fora.”
(José Carlos da Silva, o Zumbi)

Vídeo Jardim Gramacho



Este texto é parte de uma série de discussão sobre Resíduos e seu gerenciamento.


Fonte de consulta:
1.Site da Petrobras: http://www.petrobras.com.br
2.Artigo de Jorge Pinheiro, mestrando em sociologia e direito da Universidade Federal Fluminense – RJ para o site: http://www.lixo.com.br.
3.Vídeo Jardim Gramacho: http://www.redsemillaroja.org
4.Site UOL Notícias: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ambiente/lixo/index.jhtm